Implante e Estética Gengival

Por Dr. Ricardo Cardoso

Talvez devêssemos começar definindo o que é sucesso na implantodontia, afinal uma vez que o implante está ósseo-integrado e suporta uma prótese podemos dizer que obtivemos sucesso, mas há um fator estético que deve ser levado em consideração e esse fator está diretamente ligado à satisfação do paciente.

 A implantodontia como nós conhecemos hoje em dia, com implantes osseo-integrados de titânio, é relativamente recente, apesar dos primeiros estudos terem iniciado nos anos 50, sua prática e difusão pelo mundo aconteceu nos anos 80. No início os implantes eram instalados onde fosse possível, onde houvesse osso, o que viabilizava uma reabilitação funcional, mas nem sempre estética.

 É importante levar em conta que o paciente, muitas vezes já está traumatizado pela perda de um dente; especialmente se for um dente anterior, em área visível ao sorriso, sofre também com uma carga emocional, se sente constrangido ao sorrir e chega a limitar sua interação com as pessoas. Nesses casos, o que o paciente mais quer é que seu sorriso “passe despercebido”, não chame atenção negativamente. Por essa razão, uma reabilitação “natural”, que copie a estética gengival e a anatomia e cor dos outros dentes da boca é tão importante. O dente está inserido em um osso próprio que chamamos de osso alveolar, quando perdemos um dente esse osso perde a função e é reabsorvido pelo organismo, comprometendo assim o posicionamento tridimensional do implante (FIGURA 1), obrigando o dentista a fazer uma reabilitação da área para tornar a estática do implante viável e evitar que esse implante fique “fora de lugar”.

(Fonte: Luis Gustavo Leite)

Algumas vezes é difícil explicar e até mesmo convencer o paciente de que é necessário fazer na região um enxerto de osso ou um enxerto de gengiva, afinal isso vai tornar o trabalho mais oneroso e em algumas situações mais longo também (e todo mundo tem pressa nos dias de hoje), mas é muito importante que paciente e dentista conversem antes do início do procedimento para que as espectativas sejam atendidas. Um implante mal posicionado pela falta de osso para suportá-lo normalmente não tem como ser corrigido, exigindo assim a remoção do implante e o reinício dos trabalhos a partir do zero, talvez até com piores condições que inicialmente.

Portanto, para que tenhamos um implante de sucesso e a satisfação do paciente e do dentista com o trabalho, devemos levar em consideração o resultado estético final, que está diretamente ligado à um minucioso planejamento que vai dizer se é necessário fazer naquela área um enxerto ósseo, gengival ou ambos. Só para exemplificar o que foi dito, apresento um caso clínico onde eu fiz um implante imediato, enxerto com substituto ósseo particulado e de tecido conjuntivo com uma coroa provisória:


Dr. Ricardo Cardoso
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