O que é sexo “normal” pra você? Por Juliana Graça, Sexóloga.

A sexualidade deve ser encarada sob três critérios fundamentais:
Biológico
Sociocultural
Psicológico
Quando tentamos definir o que é sexo “normal” ou “anormal”, temos que analisar conforme esses critérios. Então, vamos ver que o conceito de normalidade varia de acordo com o ângulo em que um fato é considerado. Podemos dizer que há uma normalidade social, uma normalidade funcional ou biológica e uma normalidade pessoal ou psicológica.
Do ponto de vista sociológico, sexo “normal” é aquele praticado pela maioria dos indivíduos que compõem um grupo social. Há padrões culturais que definem a normalidade sociológica, tudo que foge dessa regra é considerado desvio (parafilia).
As sociedades são dinâmicas. Assim, o que é “normal” hoje pode ser “anormal” amanhã, e vice-versa, uma vez que os padrões culturais mudam com o tempo.
Do ponto de vista biológico, sexo “normal” é aquele que se manifesta sob a forma de resposta fisiológica saudável. Toda pessoa nasce capaz de reagir a um estímulo erótico, emitindo comportamentos encobertos e manifestos. O desejo ou apetência sexual é um comportamento encoberto, ao passo que excitação e o orgasmo são comportamentos manifestos. Quando essa capacidade de resposta está íntegra, dizemos que o indivíduo é biologicamente “normal” ou funcional.
Quando, de alguma forma, essa cadeia de reações fisiológicas está bloqueada em qualquer um dos seus elos, dizemos que o indivíduo é disfuncional.
Desvio é um conceito sociológico; disfunção é conceito biológico.
Do ponto de vista psicológico, sexo “normal” é aquele que assim é considerado dentro da visão particular de cada um. Aqui o que importa é a satisfação pessoal ou a adequação sexual de cada indivíduo. Se o indivíduo está satisfeito com seu comportamento sexual e com o comportamento sexual de seu parceiro, ele é uma pessoa sexualmente “normal” ou adequada, sob o ponto de vista psicológico. Mas, se ele não estiver satisfeito com sua sexualidade e/ou com o desempenho sexual de seu parceiro, ele está inadequado ou “anormal” sexualmente, de acordo com seu padrão normativo. Adequação e inadequação dizem respeito aos aspectos psicológicos da sexualidade.
O indivíduo pode se sentir perfeitamente adequado, embora não esteja dentro da norma funcional ou da norma sociológica. Por exemplo, ele pode reagir a um certo grau de apetência, ter excitação e alcançar o orgasmo, mas não estar satisfeito com o desempenho da parceira ou dele próprio. A satisfação dependerá dos padrões de expectativa, intra e interpessoal, que ele considera desejáveis ou “normais”.
O ato sexual é um ato transacional. A adequação é um fenômeno ao mesmo tempo inter e intrapessoal. Em terapia das inadequações sexuais, promove-se, ao mesmo tempo, a adequação do indivíduo a si mesmo e a do indivíduo ao seu parceiro.
O indivíduo que se comporta sexualmente realiza não só um ato de necessidade fisiológica e psicológica, mas também, uma ação social que promoverá uma reação no meio que o cerca. Todo ato sexual gera uma conseqüência no parceiro, que pode ser agradável ou desagradável, promover adequação ou gerar inadequação, e vai compor a harmonia ou desarmonia do par. O ato sexual não é algo que se faz a alguém, mas algo que se faz com alguém.
São diversas variáveis que devemos considerar, por isso devemos tomar cuidado com o conceito de sexo “normal” para que não possamos criar disfunção onde não tem. Ou normalizar algo que pode ser melhorado.
Caso seja necessária tratar alguma questão, a terapia sexual não limita o processo terapêutico à superação do problema sexual. Ela não cuida apenas do indivíduo que tem a dificuldade, mas, também, das conseqüências que essa dificuldade gera no parceiro sexual.
Mas, se o ou a cliente que nos procura não tem parceria fixa, consideramos válido atender o caso e tentar ajudar a pessoa a reduzir, na atividade sexual, o máximo de desconforto e promover o máximo de satisfação pessoal.
Se estiver precisando de atendimento me procure no direct @julianangraca

https://www.instagram.com/julianangraca/

Compartilhe este conteúdo...

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Categorias

Categorias

Colunistas