Como ser real em um mundo virtual? Por Aline Nobre – Colunista

“A principal diferença entre as duas realidades está no objetivo para o qual foram criadas. A realidade aumentada inclui componentes que podem interagir com o que já existe. Já a realidade virtual cria seu próprio ambiente, totalmente novo e independente do mundo real.”
Hoje em dia com as facilidades que a tecnologia nos proporciona, temos a possibilidade e comodidade de fazer quase tudo através das telas; como estudar, pesquisar, trabalhar, se divertir, interagir com os amigos, conhecer novas pessoas, fazer compras… a lista é extensa.
E tudo isso foi acentuado com a pandemia, quando o isolamento social se fez necessário e nos tornamos dependentes dos recursos tecnológicos para muitas atividades, entre elas assistir às aulas e trabalhos em home office.
Vida real e virtual se integraram e se misturaram. O uso das telas, seja do celular, do tablet, do computador ou da televisão, foi ficando cada vez mais intenso e muitas pessoas simplesmente não conseguem se desconectar.
Pesquisas recentes nos mostram que o Brasil é um dos países que fica mais tempo online. Uma pesquisa da empresa NordVPN sobre hábitos digitais, realizada em janeiro de 2022, mostrou que o brasileiro passa 91 horas por semana conectado. Por ano, daria o total de 197 dias. Ou seja, ficamos muito tempo presos às telas.
Isso tudo nos alerta a urgência em refletir sobre isso, como tudo que é excessivo na vida faz mal, o contato com o mundo virtual em demasia também pode ser prejudicial.
O uso excessivo das tecnologias faz com que a gente se afaste cada vez mais do mundo real porque no virtual é mais fácil conviver, e desde a fase da pré adolescência há a sensação de prazer com a possibilidade de construir impérios (nos jogos), ganha-se status e o cérebro entende tudo isso como recompensa. Assim, quanto mais tempo conectados, mais queremos ficar. “Facilmente vamos ficando nesse mundo virtual como se fosse o mundo real”.
“No cérebro, essa realidade virtual entra como um vício em drogas ou açúcar. E a criança ou jovem devem ser retirados disso, sendo ajudados a sair desse vício”.
Sabemos que tudo usado em equilíbrio não nos causam problemas. Vivemos em uma geração que já nasceu conectada. O mundo não é o virtual, mas o virtual faz parte do mundo. Mas precisamos pontuar e conscientizar que o mundo virtual é importante, mas não é tudo.
Essa geração é tudo 8 ou 80.
Com informação em tempo real, socialização e espaço para negócios, as redes sociais trouxeram inúmeros benefícios e vantagens para o mundo. Mas o consumo excessivo do conteúdo das redes pode interferir no comportamento e produzir efeitos negativos na saúde mental das pessoas.
Ainda que as redes sociais sejam mediadas por algoritmos e todos queiram curtidas, do outro lado tem pessoas. É preciso ser sensível a isso. Refletir pode ajudar no processo de amadurecimento. O que não pode é pregar a mensagem “abandone as telas” porque isso não tem sentido para essa geração. O segredo é o equilíbrio. Não precisamos nos desconectar totalmente, mas devemos ter cuidado com o excesso de conectividade. Da mesma forma que é importante estarmos informados sobre o que acontece no mundo e com as outras pessoas, é essencial lembrarmos de nós mesmos.

Aline Nobre

https://www.instagram.com/byalinenobre/

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