Como superar uma traição no casamento, por Camila Sponton, Especialista em Neurociência e comportamento humano.

Segundo a especialista em Neurociência e comportamento humano, Camila Sponton, é possível reconstruir a confiança e fortalecer a relação.

Uma pergunta cada vez mais frequente: como superar uma traição no casamento?

A traição por si só já é um assunto muito delicado, até porque o casamento envolve muitas questões: sonhos, desejos, expectativas, convívio familiar que também entram nesta balança entre perdoar, ou abdicar da relação.  

Muita gente sonha com a vida de casado imaginando passar anos ao lado da pessoa amada, constituir uma família e com um final feliz.

A infidelidade costuma levar ao fim deste sonho e causar muito sofrimento, afinal de contas, a dor de uma traição é grande e a descoberta pode abalar profundamente o relacionamento, deixando profundas marcas emocionais. 

E mesmo quando o relacionamento não parecia estar indo bem, além da decepção, dor, raiva e tristeza, a vida do casal pode não voltar a ser a mesma.

Quando o casal tem filhos, a situação se complica ainda mais.

Então, é mesmo possível superar uma traição no casamento com bem-estar emocional e ausência de conflitos?

Segundo a especialista em Neurociência e comportamento humano, Camila Sponton, a resposta é sim. 

“O ponto crucial da trajetória é a decisão de perdoar e levar o relacionamento adiante. Desta forma, a gestão das emoções é um fator preponderante para superar a traição do parceiro. Trabalhando o seu emocional de maneira profunda, é possível reconstruir a confiança e fortalecer a relação, quando a sua opção não for a separação”, afirma Camila.

Como conviver em uma relação após uma traição?

A especialista explica como conviver em uma relação após uma traição e como a inteligência emocional influencia nesse processo de recuperação.

“O primeiro aspecto é reconhecer e expressar as emoções. Após a traição é natural sentir raiva, tristeza, desconfiança e, até, culpa. A gestão das emoções nos ajuda a reconhecer esses sentimentos, permitindo identificá- los de maneira assertiva e construtiva, abrindo espaço para um olhar para si mesma, afinal de contas aceitar e acolher o que se sente essencial para o processo de superação”, diz Camila. Além disso, Sponton revela que um dos aspectos fundamentais para melhorar a convivência após uma traição é desenvolver a autocompaixão, estabelecer limites, evitar decisões apressadas, saber separar suas próprias ações e do outro e não focar em comportamentos de vingança. 

A culpa é uma âncora em qualquer área da vida 

Muitas mulheres se culpam pela traição do parceiro, se afundando ainda mais na dor, trazendo uma autopunição, como se parte da decisão fosse dela. “E, definitivamente, não é”, pondera Sponton. 

Se perguntar o que você poderia ter feito para evitar a traição ou se não colaborou para isso, não ajudará ninguém a se sentir melhor, mesmo que o objetivo seja perdoar. Para isso, é essencial se desapegar da culpa.

“Não há culpados, mas, sim, feridos. Quem traiu é quem deve assumir os seus erros e compreender como as suas ações machucaram o parceiro. Se culpar potencializa a dor, te tira do processo de racionalização e não traz solução para o problema, podendo causar ainda mais danos ao seu autovalor e autoestima”, diz.

Dê voz ao que grita dentro de você

Acolher seus sentimentos é um dos passos mais necessários e importantes. Olhar para si e “escutar” toda dor, ressentimento, medo, culpa, raiva permite clarear os caminhos, os próximos passos e permite praticar a autocompaixão.

“Autocompaixão é pouco compreendida. Alguns definem como autopiedade, mas, na verdade, autocompaixão descreve uma qualidade ou postura mental e emocional. Refere-se à habilidade de se tratar com a mesma gentileza, preocupação e compreensão que você trataria um bom amigo, especialmente, em momentos de sofrimento ou quando confrontado com falhas pessoais”, ensina Camila.

A autocompaixão envolve três componentes principais:

  1. Bondade para consigo mesmo: ser gentil e compreensivo consigo mesma, em vez de ser dura, crítica e julgadora.
  2. Reconhecimento da nossa humanidade: Significa ver suas experiências como parte da condição humana. Todos cometemos erros, todos sofremos. Quando reconhecemos isso, não nos sentimos tão isolados ou diferentes dos outros. E nos dá mais liberdade para acolher e sentir verdadeiramente o que estamos sentindo. 
  1. Mindfulness: habilidade de observar seus pensamentos e sentimentos como são, sem tentar suprimi-los ou negá-los. Ao mesmo tempo, você não se identifica excessivamente com eles.

Não é se tratar como coitadinha ou se vitimizar, na verdade, é um reconhecimento equilibrado e amoroso de quem você é e do que está sentindo. 

“Estudos têm mostrado que a autocompaixão está associada a uma série de benefícios psicológicos, incluindo maior bem-estar, menor ansiedade e depressão, e uma abordagem mais resiliente às adversidades”, finaliza Camila Sponton.

Acompanhe o trabalho de Camila em seu Instagram

https://www.instagram.com/camilasponton/

CAMILA SPONTON
Especialista em Neurociência e comportamento humano. Palestrante e consultora de alta performance.
Master Coach, master programadora neurolinguística com foco em psicologia positiva

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