Você já se pegou se autossabotando? Quem me conhece um pouco mais sabe da minha eterna luta com a balança e certamente já me viu escorregar na dieta… Esse é um exemplo típico de como meu sabotador me leva a tomar decisões ruins e das quais me arrependo.
A autossabotagem, segundo Shirzad Chamine, é causada pelo o que ele chamou de “Sabotadores” da mente, nossos inimigos internos e invisíveis. Eles são um conjunto de padrões mentais automáticos e habituais criados a partir de nossas experiências através das quais foram geradas crenças e suposições que drenam nossa energia e nos desviam de nossos objetivos.
Sentimentos exacerbados de ansiedade, estresse, raiva, frustração, dúvida, impaciência, desespero, arrependimento, ressentimento, inquietação, culpa ou vergonha são tipicamente gerados por esses sabotadores.
No artigo anterior, eu mencionei que a insônia antes de uma reunião importante advém desses sabotadores, sabe por quê? Porque a insônia em nada contribuirá para o sucesso da reunião, pelo contrário, ela vai drenar sua energia e te deixar cansado, ansioso e nervoso. Por outro lado, o sábio te levaria a se preparar, mentalizar e realizar uma boa reunião.
Todos nós temos sabotadores internos em maior ou menor grau. Entender suas características e como eles se manifestam é fundamental para dominá-los e reduzir seus efeitos nocivos. E para ajudá-los nessa tarefa, listei os principais sabotadores e alguns exemplos de atitudes para mitigá-los.
Perfeccionista: este é um dos mais comuns e chega a ser piegas nas entrevistas de emprego. Mas cuidado! Essa pode ser uma fuga para a procrastinação ou para evitar mudanças. Por exigir demais de si e dos outros, nos torna lentos na tomada de decisão e causa antipatia. Neste caso, priorize o que realmente precisa de mais cuidado, liste os riscos e determine um prazo para a tomada de decisão. Uma dica bacana de leitura é o livro “A coragem de ser imperfeito” da maravilhosa Brené Brown.
Prestativo: assumem responsabilidades que não são suas ou aceitam pedidos e situações, muitas vezes negligenciando a sua própria vontade. Tente começar a dizer pequenos “nãos” a pessoas mais próximas e com quem se sente seguro. À medida que ganhar confiança, estenda o não pra situações com pessoas do trabalho e do seu convívio. E lembre-se: apesar do seu desejo de conseguir afeto, ofereça o mesmo afeto a si mesmo! Seja gentil com você.
Vitimista: ah, esse é tão próprio nosso! Não por acaso a expressão protagonismo se tornou jargão na gestão. O indivíduo quando com comportamento vitimista se defende, busca culpados e não assume a responsabilidade por suas ações, nem a postura para resolvê-las. Já escrevi um post sobre isso, dá uma olhada no meu feed!
Inquieto: Esse muitos também devem conhecer alguém que tem esse comportamento sabotador! Sabe aquela pessoa super animada, cheia de novos projetos, mas que nunca finaliza nenhum? Esse é o inquieto. Esse comportamento dificulta a constância e a concretização de objetivos e para que isso não aconteça, estabelecer metas e prazos pode te tirar do campo das ideias para a ação. E para o maior sucesso, fatie as metas e prazos em desafios menores e que facilitem o atingimento e a satisfação na jornada e não só no objetivo final.
Controlador: esse comportamento beira a arrogância porque se baseia na certeza que se está sempre certo e acaba fazendo com que o indivíduo assuma responsabilidades dos outros porque acredita ter maior capacidade para resolver. Quem nunca tomou a frente de alguma situação que não era de sua responsabilidade? Bem, se esse é um comportamento típico seu, comece delegando pequenas tarefas, seja claro ao delegar, certifique-se que o outro entendeu bem a tarefa, combine a dinâmica de acompanhamento e dê feedback ao final. Aos poucos vá delegando mais, avaliando sempre o risco da tarefa não ser executada como gostaria e da performance das tarefas anteriores de quem a executará.
Esponja: de alguma forma, similar ao sabotador anterior, agimos como esponjas ao absorver os problemas alheios. Por consequência essas pessoas vivem cansadas e irritadas por questões que sequer lhes dizem respeito. Uma boa maneira para fugir disso é evitar noticiários excessivamente negativos ou sensacionalistas, por exemplo.
Esquivo: este é o oposto de todos que falamos até agora. Ele sempre busca o caminho mais fácil e o prazer imediato. Minimiza os problemas, esquiva-se das responsabilidades e acredita que tudo vai acontecer “naturalmente” o que o leva, muito vezes, a lugar nenhum ou à frustração. Neste caso, assumir o protagonismo e buscar ser proativo parece um bom começo!
Crítico: comportamento negativo, pessimista e foco no problema e não na solução são comportamentos típicos desse sabotador. Normalmente se manifesta por meio das constantes reclamações e insatisfação. Neste caso, minha sugestão é estabelecer um método próprio de análise de problemas, racionalizando e focando na solução. Pratique nas tomadas de decisões simples e vá aumentando o grau de complexidade das questões. Com o tempo, o comportamento se incorporará e você sempre analisará a situação antes de jogar a toalha! Aqui o autoconhecimento e a vigilância também são super importantes e tenha em mente: dê tamanho ao que tem tamanho!!
Agora que você já conhece os principais sabotadores, está na hora de atacá-los! O conhecimento, vigilância e algumas ações práticas podem ser realmente eficazes, aumentando seu QP – coeficiente de positividade – seu sucesso e sua felicidade. E aí, bora para o ataque?
Ana Paula França Pereira Vespermann
Aceleradora de resultados | Gestão + Pessoas = Resultado |Fundadora do Acelera Mulher | Diretora executiva do IBEF-ES