Animal Mínimo: Haicais do Subterrâneo feitos por um Samurai Malandro, 5º LIVRO do Poeta e Ensaísta, TRISTAN TELL


Animal Mínimo são sussurros do asfalto: neste livro, cada sílaba é um fragmento de cidade, um grito abafado pelas ruas. Haicais urbanos capturam o espírito inquieto da década underground, onde o samurai malandro dança entre prédios e becos e revela o bushido brasileiro, a alma do guerreiro que busca sentido nestas vielas. Cada verso é um lamento pelo tempo que escapa, uma esperança contida no ritmo pulsante das ruas.


Dedicado a Matsuo Bashō, Paulo Leminsky, Alice Ruiz, Miles Davis, Helena Kolody, Millôr Fernandes, Ana Cristina César, Guilherme de Almeida, Afrânio Peixoto, Pedro Xisto, Jack Kerouac, Masuda Goga, Itamar Assumpção, Jorge Mautner, Jean-Michel Basquiat e Caio Fernando Abreu.


Nota do autor:

Na quietude das sílabas curtas, entre o concreto e o efêmero, os haicais e poemas desse livro nos levam aos anos 80. Uma época de contrastes, onde violação, ansiedade e medo do futuro rastejavam no mesmo salão e sob a luz neon, estes versos revelam ainda detalhes, fragmentos da minha vida urbana naqueles tempos.
Os rolês e a vida não tão boa ainda sob coturnos, os noturnos turnos paulistanos pelas ruas escuras, esquinas onde a solidão atroz e pertencimento caliente se entrelaçavam como cabos e fios elétricos, ratos no porão, cólera e muita criminalidade por tostões, num ataque frontal ao menú del día.
No breu da Sampa midnight os poetas sacavam de sua jaquetas “all black” rasgadas, versos sobre desigualdade, amores clandestinos e sonhos utópicos. Outros, a fio no frete com sexos sujos de cus perambulavam delirantes pelo breu do Trianon.
Muita loucura: O Itamar “cadê o vão do museu? Sumiu”! E outros ainda nas batidas do punk, os sussurros do new wave, a lira paulistana, as cores vibrantes do movimento cultural num aviso só: “faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço!”. Existência num sobe e desce ladeira atrás de um bar, uma balada, sexo barato e alguma droga. Uma carreira a mais, não faz mal algum.
Em cada sílaba, um grito seco, abafado, uma esperança contida, um lamento pelo tempo que escapava. Os haicais e versos vesgos aqui, como fotografias instantâneas, catanas de um samurai malandro, bushido brasilis capturam o espírito inquieto da minha década em chamas, onde o caminho deste guerreiro foi a busca por fazer sentido fora do establishment.
E assim, entre corações sem companhia e almas arranhadas, os haicais e poemas aqui são gracejos irônicos: “minimamente minha mente mente” que nos convidam a mergulhar na dor e a dançar com as sombras e sobras de uma geração, verificar o pulso e sentir a pulsação da cidade. Porque, afinal, cada verso é um grito e cada grito é um eco viscoso que ressoa até hoje como pedradas nas vidraças, assaltos queixosos e gritos de socorro.
Meu animal mínimo mente minimamente e monta minimal mente.
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80’s: quem matou o condutor?
Nos anos 80, a Rua Augusta, em São Paulo, passou por uma transformação significativa. Eis um breve panorama socio-cultural, bem como os aspectos relacionados à prostituição e drogas nessa época.
Cenário Cultural e Comportamento:
A Rua Augusta era um ponto de encontro vibrante para artistas, músicos, boêmios e jovens em busca de diversão. Bares, casas noturnas e teatros proliferavam na região, criando uma atmosfera de criatividade e experimentação.
O movimento punk e a cultura underground também encontraram espaço na Augusta. Shows de bandas independentes e festas eram frequentes. A liberdade de expressão e a contracultura eram características marcantes desse período.
Prostituição:
Nos anos 80, a Rua Augusta ainda carregava a fama de ser um local de prostituição. Prostitutas trabalhavam nas calçadas e nas vitrines dos estabelecimentos. Os puteiros e casas de massagem também eram comuns na região. A Augusta era vista como um espaço marginalizado, onde as fronteiras entre o lícito e o ilícito se atrelavam e tinham suas fronteiras bem demarcadas.
Drogas:
A Augusta era um ponto de encontro para usuários de drogas. O consumo de maconha, cocaína e outras substâncias era frequente. Botecos e festas eram locais onde as pessoas se reuniam para experimentar e compartilhar drogas. A tolerância social em relação ao uso de drogas era maior naquela época.
Transformação Contínua:
Ao longo dos anos, a Rua Augusta vem passando por mudanças. A gentrificação (processo socioespacial caracterizado pela valorização acentuada de uma área urbana), o fechamento de alguns estabelecimentos e a renovação cultural alteraram sua dinâmica.
Hoje, a Augusta é conhecida por sua diversidade, vida noturna agitada e alternativa. Ela ainda mantém parte de sua aura boêmia e histórica.
Portanto, a Rua Augusta nos anos 80 era um caldeirão cultural, onde diferentes mundos se encontravam e outros se perdiam para todo sempre e sua história continua a fascinar até hoje. ” Vida louca vida, vida breve/ Já que eu não posso te levar/ Quero que você me leve…”.

Jornalismo VERVE

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