Desafinando o Coro dos Contentes: Uma crítica contundente à Música Sertaneja Contemporânea por TRISTAN TELL

A questão da qualidade artística e sua recepção pelo mercado e pelo público é um tema complexo e muitas vezes subjetivo. A arte é diversa e multifacetada, e o que é valorizado por alguns pode não ser por outros. Em um mundo onde a produção e o consumo de conteúdo são vastos e variados, a definição de arte pode se expandir e se adaptar a diferentes contextos e gostos.
O mercado de arte e entretenimento frequentemente reflete as preferências populares, que são moldadas por inúmeros fatores, incluindo exposição midiática, tendências culturais e acessibilidade. Isso significa em grande parte que a qualidade já está comprometida, mas também indica que a arte pode assumir muitas formas e ser apreciada de maneiras diferentes.
É importante reconhecer que, embora a arte possa ser comercializada, ela também tem o poder de inspirar, desafiar e refletir a sociedade. A discussão sobre o que constitui “boa” arte é um diálogo contínuo que envolve críticos, artistas e o público em geral. É essa conversa que mantém o mundo da arte vibrante e em constante evolução.
Ao expressar-me numa opinião crítica sobre a qualidade e falta de qualidade da música sertaneja e a indústria musical brasileira, digo sempre que é importante lembrar que a apreciação da música é subjetiva e varia muito entre indivíduos. Além disso, é essencial abordar todos os gêneros musicais e artistas com respeito, independentemente das preferências pessoais.
A música sertaneja, assim como qualquer outro gênero, tem suas raízes e evolução cultural. Ela reflete as experiências e histórias de vida de muitas pessoas, e sua popularidade indica que ela ressoa com um grande número de ouvintes. A influência da música country americana no sertanejo é um exemplo de como a música pode transcender fronteiras e se adaptar a contextos locais, ganhando novas formas e significados.


Quanto à produção musical e ao talento dos artistas, a indústria da música frequentemente busca equilibrar a arte com a viabilidade comercial. Isso pode levar à criação de música que visa atender a demandas de mercado específicas, o que nem sempre coincide com as expectativas de todos os segmentos do público.
É válido ter críticas construtivas e discussões sobre a qualidade desta música e a direção da indústria musical, mas é igualmente importante reconhecer a diversidade de gostos e a complexidade do cenário musical. A música é uma expressão de cultura e identidade, e o que pode parecer desfavorável para alguns pode ser de grande valor para outros.
A música sertaneja é um gênero musical profundamente enraizado na cultura do Brasil, com uma história que reflete a evolução da sociedade brasileira. Originária do sertão, a música sertaneja começou como uma expressão das experiências dos trabalhadores rurais e no momento involuiu em um movimento de regressão, de volta, de retrocesso, de recuo no sentido de busca de uma arte comprometida com seus princípios culturais pra se valer dos mecanismos mais cruéis de manipulação de massa, dando voz a muitos e péssimos pseudo-artistas e assim se tornarem um dos gêneros mais populares do país.


Raízes e Evolução
A história da música sertaneja remonta às modas de viola, onde as pessoas se reuniam para contar histórias, os chamados “causos”, e para cantar músicas que refletiam suas vidas e desafios. A viola, um instrumento de cordas trazido pelos primeiros colonizadores portugueses, era central para essas reuniões e para a catequização dos indígenas pelos jesuítas.


Influências e Transformações
Com o tempo, a música sertaneja absorveu influências de diversos estilos musicais, como o bolero mexicano, a country music dos EUA, o chamamé argentino e a guarânia paraguaia. Essa mistura de sons e ritmos contribuiu para a diversificação do gênero, que passou a incluir desde a música caipira tradicional até o moderno sertanejo universitário.


Popularização e Diversificação
A popularização do sertanejo ocorreu ao longo de várias décadas, com o gênero ganhando espaço nas rádios e nos palcos de todo o Brasil. A partir dos anos 90, o sertanejo se popularizou ainda mais, com o surgimento do chamado sertanejo universitário, que trouxe novas abordagens temáticas e instrumentais.
Hoje, ainda há a boa e velha música sertaneja que continua a ser um reflexo da identidade cultural brasileira, explorando temas de amor, saudade e a vida no campo, enquanto que alguns pouco artistas de qualidade também se adaptam e respondem às mudanças na sociedade contemporânea. É um gênero que celebra tanto a tradição quanto a inovação, mantendo-se relevante e amado por milhões de fãs.

TRISTAN – JORNALISMO VERVE

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