A teimosia dos Pseudo Artistas – Por que alguns se recusam a largar o osso?, por Tristan Tell

Você já se deparou com aquele conhecido que, mesmo após décadas de tentativas fracassadas, ainda insiste em ser o próximo Picasso? Ou talvez tenha cruzado com um músico de garagem que acredita que sua banda está prestes a conquistar o mundo, apesar de tocar apenas para os vizinhos entediados? Ou ainda aquela atriz que nunca conseguiu um papel de protagonista na tv ou no teatro, mas estampou a capa de uma revista masculina e afirma que não entendiam seu talento tão óbvio. Bem-vindo ao mundo dos “pseudo artistas”, onde a teimosia é mais forte do que a gravidade e o senso comum.
O Efeito “Lampejo”: Quando o Brilho se Apaga
O fenômeno do “lampejo” é comum entre os pseudo artistas. Eles têm um momento de inspiração, uma boa ideia não lapidada que os faz acreditar que estão prestes a mudar o mundo. Talvez tenham pintado um quadro incrível ou composto uma melodia cativante. Mas, como uma estrela cadente, esse brilho desaparece rapidamente. O problema é que alguns artistas continuam a perseguir essa luz fugaz, mesmo quando ela já se transformou em cinzas cósmicas.
O Virtual e o Ridículo: Uma Combinação Explosiva
No mundo virtual, a teimosia atinge proporções épicas. Afinal, lentes e filtros aceitam qualquer coisa, assim como na literatura, papel ( hoje teclado) aceita o mesmo. Se você acha que é um poeta, basta digitar algumas palavras melosas e pronto: você é o próximo Fernando Pessoa, Pablo Neruda ou Mário Quintana. Se você consegue enquadrar bem uma selfie, é um fotógrafo profissional. E se você sabe usar o Photoshop, é um artista digital de renome mundial. A realidade? Bem, ela está lá fora, rindo da nossa vaidade.
O “Cosmético Caótico” e a Busca por Significado
Caetano Veloso estava certo quando cunhou a expressão “cosmético caótico”. Somos todos um pouco disso. Pintamos nossos sonhos com cores vibrantes, mas a realidade é um cinza desbotado. A busca por significado nos leva a segurar o osso com mais força. Afinal, se largarmos, o que restará? Talvez a sensação de que somos apenas poeira estelar em um universo indiferente, um anônimo sem identidade.
Exemplos Clássicos de Teimosia Artística
Van Gogh e a Orelha Cortada: Vincent van Gogh, o gênio atormentado, cortou sua própria orelha em um acesso de loucura. Ele acreditava que sua arte era incompreendida, mas hoje suas pinturas valem milhões. A teimosia dele? Inegável.

O Escritor Rejeitado: J.K. Rowling, antes de se tornar a autora de “Harry Potter”, enfrentou inúmeras rejeições. Ela persistiu, segurando seu osso literário, até que a magia aconteceu.
O Músico de Metrô: Você já viu aquele músico talentoso tocando violino no metrô? Ele está lá há anos, ignorando as moedas jogadas em seu chapéu. Ele não larga o osso, porque acredita que sua música tocará os corações das pessoas. Quem sabe, talvez um dia ele seja descoberto por um produtor de Hollywood.
Conclusão: A Teimosia que nos Torna Humanos
Então, querido leitor, não julgue tanto estes pseudo artistas. Eles são como nós, agarrando-se aos ossos de seus sonhos. Talvez a teimosia seja o que nos torna verdadeiramente humanos. Afinal, se Van Gogh tivesse desistido, nunca teríamos “A Noite Estrelada”. E se J.K. Rowling tivesse jogado a toalha, Hogwarts seria apenas uma estação de trem em Londres. Portanto, segure seu “osso” com orgulho, mesmo que o mundo o ache ridículo. Quem sabe? Talvez você seja o próximo grande lampejo, talvez num tempo distante, após horas de anos de estudos e dedicação e talvez nem assim. Não há uma regra. Apenas não acontece para eles. Se ganham algum de dinheiro, não têm paz de espírito, apenas grana e falsas relações de convívio. A culpa é de quem? Sua, claro…que tirou o bolo do forno cru. Tudo leva tempo se você estuda e se aplica, imagina pra quem sequer tem a disciplina do conhecimento como prioridade.

A relação entre filosofia, psicologia e a persistência de algumas pessoas em não “largar o osso” é fascinante. Vamos explorar essa questão sob a perspectiva dessas duas disciplinas e analisar por que algumas pessoas continuam a se apegar a sonhos e aspirações mesmo quando a realidade parece indicar o contrário.
Filosofia e Psicologia: Uma Abordagem Conjunta

  1. A Natureza Humana e a Persistência
    A filosofia e a psicologia compartilham o interesse pela natureza humana e pelo comportamento humano. A filosofia oferece uma base teórica e conceitual para a compreensão da psicologia. Ela nos ajuda a refletir sobre questões fundamentais, como a natureza da mente, consciência e emoções. Através das lentes filosóficas, podemos explorar por que algumas pessoas persistem mesmo diante de desafios e obstáculos.
  2. O Dilema do “Não Largar o Osso”
    A persistência pode ser vista como uma virtude ou um defeito, dependendo do contexto. Alguns indivíduos se apegam a sonhos e objetivos, mesmo quando as probabilidades estão contra eles. A filosofia nos convida a questionar: por que continuamos a perseguir algo que parece inatingível? Seria teimosia ou uma busca legítima pela realização pessoal?
  3. A Busca por Sentido
    A filosofia também nos leva à busca por sentido. O que nos motiva a persistir? Seria a busca por significado, a realização de um propósito ou a esperança de alcançar algo maior? A filosofia existencialista, por exemplo, explora essas questões profundas sobre a existência humana.
  4. A Psicologia da Persistência
    A psicologia, por sua vez, investiga os processos mentais e emocionais que influenciam o comportamento humano. Por que algumas pessoas continuam a lutar, apesar das adversidades? A psicologia cognitiva examina crenças, motivações e estratégias de enfrentamento que podem explicar essa persistência.
  5. O Papel da Motivação
    A filosofia e a psicologia também nos levam a considerar a motivação. O que nos impulsiona a não desistir? Seria a busca por reconhecimento, a necessidade de provar algo a nós mesmos ou a simples paixão por um objetivo? A psicologia motivacional explora esses fatores.
  6. Ética e Moral
    A filosofia também nos faz questionar a ética e a moral da persistência. Quando é apropriado persistir? Quando devemos aceitar a derrota? A psicologia aplicada nos ajuda a entender como essas questões éticas afetam nossas decisões.
  7. A Arte da Resiliência
    A filosofia e a psicologia nos ensinam sobre a resiliência. Como podemos desenvolver a capacidade de enfrentar desafios e superar obstáculos? A filosofia estoica, por exemplo, oferece insights sobre a força interior e a aceitação do que não podemos mudar.
    Em resumo, a filosofia e a psicologia nos convidam a explorar a natureza humana, a busca por sentido e a arte da persistência. Elas nos lembram que, apesar das dificuldades, continuamos a lutar, a sonhar e a nos apegar aos nossos ossos, buscando significado e realização. Afinal, talvez seja essa teimosia que nos torna verdadeiramente humanos.

TRISTAN – Escritor e Ensaíta

www.tristantell.com.br

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