Hoje pela manhã enquanto ajeitava o cabelo da minha filha Giulia de 10 anos para ir à escola, olhando-se no espelho ela saiu com essa: — Sabia que antigamente as princesas da Disney sempre estavam à espera de um príncipe que as salvasse? Mas isso está mudando… – e em seguida citou uma das preferidas dela, Moana, que abandonou a zona de conforto e a proteção da família na Ilha e saiu para desbravar o mar com seus mistérios e perigos seguindo o chamado do seu coração.
Acompanhado desse pensamento filosófico da minha pequena me veio à cabeça a ideia de que muitas coisas na nossa sociedade seriam diferentes se as mulheres não tivessem sido doutrinadas durante séculos a esperar pelo príncipe que as “libertassem” da torre e as amassem e protegessem para todo o sempre.
Há poucas décadas as meninas ainda eram educadas para se prepararem para um “bom” casamento o que se resumia em ter uma boa reputação para que os melhores partidos se interessassem por elas. Dessa forma não raro, pais faziam o papel do Dragão guardando a torre da princesa impedindo-a de viver experiências por escolha própria a fim de manter intacta a fama de moça direita e feita para casar.
Grande sacada da Disney criar para os dias atuais princesas com um perfil mais saudável para as meninas de hoje se inspirarem, como Mulan que apesar de não ser da realeza, luta bravamente ao lado de outros soldados para salvar seu lar e se tornar umas das mais admiradas guerreiras da China ou Pocahontas que enfrenta as ordens do chefe da sua tribo e com seu espírito livre supera preconceitos para impedir uma guerra.
Claro que não há nada de errado em se apaixonar no meio do caminho ou que as meninas devam ser ensinadas a competir e sempre ganhar dos homens. A ideia é sugerir que é muito mais interessante que as meninas cresçam para se tornar mulheres com opinião e seguras de si, capazes de cuidar de si mesmas. Independentes a ponto de apaixonarem pela pessoa do outro e não pela garantia de proteção ou qualquer outro rótulo que ele represente. E ainda, caso o príncipe não chegue, que isso não seja exatamente um problema até porque ele pode estar do outro lado do oceano onde ela talvez o vá encontrar vivenciando experiências fantásticas na sua própria companhia ou de quem quer que ela escolha. Vale pensar no quanto podemos influenciar na formação da personalidade das nossas futuras adultas dando a elas a chance de saber escolher, de tirar as próprias conclusões e a serem poderosas no melhor sentido da palavra.
@LuhMezzari
9 respostas
Me senti poderosa nesse texto. Bjs Luciane…saudades.
Muito interessante essa colocação.
Adorei!
Sim Lilian, a nossa sociedade e cultura ainda enxergam as mulheres como frágeis no sentido de dependência. Mas a passos de formiguinha as coisas vão se transformando.
Pensamento muito atual e verdadeiro , para os dias de hoje que nós mães possamos incentivar nossas filhas a viverem esse novo conto de vida ! Adoro ler suas publicações Luh Mazzari 👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻🥰🥰🥰
Obrigada querida Cris!!! E exatamente isso. Dar as nossas futuras grandes mulheres as ferramentas para serem fortes e independentes.
O mundo cada vez mais nos apresenta uma nova versão de princesa. Eu avalio pelo tempo da minha vó que foi totalmente submissa ao marido, já minha mãe foi uma mulher a frente do seu tempo, aquela princesa que saiu da zona de conforto e foi desbravar o desconhecido e não foi muito aceita por ter atitudes assim.
Eu já vivi uma época do encantamento ainda do príncipe, mas vezes ou outra eu poderia fazer algo parecido com o da minha mãe e já tinha mais aceitação, como por exemplo o divórcio. Ainda enfrentei preconceito e a realidade foi muito dura. Mas eu tinha voz no mundo e podia fazer minhas escolhas. E fui vivendo um dia de cada vez, e ganhando espaço, confiança e acreditando cada vez mais em mim mesma, independente se eu tinha um príncipe ou não.
Já a minha filha, está numa época em que ela já saiu com um passo a frente. Ela teve um leque de oportunidades de estudo, trabalho, e fez as escolhas dela. Não mais tinha que se preocupar com um príncipe, pois ela mesma corre atrás de fazer o seu próprio castelo. O príncipe vem para agregar , dar apoio, ser companheiro e está tudo bem se ele tiver que sair do castelo. Ela tem uma vida já assegurada por ela mesma com suas conquistas, seus desbravamentos. E uma coisa relevante também são as amigas da princesa, estão no mesmo patamar, uma ajudando a outra, cada vez mais empoderadas e sacudindo o mundo.
Os principes que lutem para encantá las.
Colocação maravilhosa! Princesas dos tempos modernos não são avessas aos príncipes, apenas querem que eles andam ao seu lado, construam juntos e não viverem a sombra deles como foi imposto as mulheres desde os primórdios. Fragilidades sempre existirão, somos todas humanas. E a independência tanto financeira quanto emocional precisa ser trabalhada desde cedo.
Adorei o texto!!! Fico feliz em ver que a nova geração de meninas serão princesas “Moana”👏👏👏👏👏👏👏
Que assim seja. Forte e independentes!