Sempre apaixonada por fotografia, ficava imaginando como seria fazer as suas, descreve a fotógrafa, Jessica Levandovski à PHOTO.

A fotografia foi e continua sendo a única forma de eternizar algo que é importante, seja esse algo um lugar, um objeto, um momento especial ou até mesmo pessoas especiais. A fotografia foi um importante instrumento para gravar momentos sobre a história da humanidade. Na entrevista a seguir, Jessica Levandovski fala sobre sua formação, primeiros trabalhos e projetos que têm em andamento, seu processo criativo e sua visão sobre o futuro da fotografia, em um momento em que a popularização dos telefones celulares torna a prática acessível a um número inédito e crescente de pessoas no mundo.

PHOTO – Qual a sua formação e como você iniciou na fotografia?
Iniciei na fotografia quando tomei a decisão de ser mãe e comecei a estudar como eu poderia fazer meus horários e sair da CLT. Trabalhei por seis anos como compradora em uma grande empresa nacional e percebi que não era mais o que eu queria e fui atrás do meu sonho.
Sempre fui apaixonada por fotografia e ficava sempre imaginando como seria fazer as fotografias em situações, paisagens e pessoas e pensando quão artista essas pessoas que faziam fotos incríveis eram. Quando finalmente pedi conta do meu trabalho, percebi que minha paixão por fotografia poderia me ser muito útil. Sabendo dessa minha vontade meu esposo me presenteou com uma câmera, e com a minha rescisão comecei a ir atrás do que eu precisaria para começar. Fui atrás de cursos presenciais, lentes e acessórios para esse começo de uma pessoa leiga, porem encantada com todo aquele mundo.
Mas eu sabia que eu não poderia ficar parada e comecei a pedir para fazer ensaios com algumas amigas, levar a minha câmera em festas e ir treinando em tudo que fosse possível, com o tempo fui descobrindo o que eu gostava e o qual caminho seguir para achar meu nicho.

PHOTO – Você acha que é ou está no caminho de ter uma estética própria, difícil de confundir?
Estou estudando muito para isso, mas acredito que ainda tenho um longo caminho a percorrer para conseguir ter uma identidade que me defina. E Acredito que estou no caminho e tenho ainda muito a me encontrar para isso passar a ser um fato.
Mas particularmente gosto da estética mas quente, amarelada nos meus trabalhos boudoir, na minha visão deixa tudo muito mais sensual e ambientaliza isso ao olhar para o ensaio.

PHOTO – Suas imagens são mais retratos, paisagens urbanas ou fotos sociais e coorporativas? O que mudam quanto a perspectiva de quem vê seus trabalhos?
Me identifico mais com retratos no estilo life style e boudoir, mas caminho um pouco pelo urbano, além de gostar muito de fotografar shows e espetáculos. As pessoas costumam gostar muito do resultado final e muitas vezes não imaginar como ficaria já que gosto muito do real, do natural. Quando trabalho Boudoir evito o máximo edição de pele ou silhueta, e isso a primeira vista assusta, pq as pessoas estão tão acostumadas aos filtros e as pessoas irreais que quando se veem no resultado final ficam impressionadas com a própria blz. E é incrível ver o quanto as mulheres não tem noção do seu poder na naturalidade. Quando estou em shows adoro fotografar a espontaneidade de quem está no palco, a alegria, a explosão…

PHOTO Você se identifica com a fotografia autoral e seu processo criativo?
Sim, gosto muito da fotografia autoral, mas muitas vezes preciso chamar modelos para fazer e poder apresentar em portifolio e mostrar o conceito pra as minhas clientes. É o momento em que eu posso me soltar e mostrar o meu olhar, a minha perspectiva. Para mim o processo criativo é muito divertido e quando e sempre que as clientes me permitem eu me divirto e elas também e o resultado fica incrível.
PHOTO – Qual a sua visão sobre o futuro da fotografia, em um momento em que a popularização dos telefones celulares torna a prática acessível a um número inédito e crescente de pessoas no mundo?
Para mim como fotografa acredito que seja algo bom. Vou contextualizar, no começo essa popularização tomou uma grande fatia dos trabalhos realizados por fotógrafos, pq as pessoas achavam “se tem celular para fotografar, para que vamos contratar um fotografo?”, mas hoje isso mudou, e a fotografia se tornou muito mais essencial para tudo, as pessoas vendem com a fotografia, vivem postando sobre a vida e por conta disso se criou gosto pela fotografia, por fotos bem feitas, por edições incríveis e registros tanto em eventos quanto em ensaios de fotos que chamem a atenção e sejam diferentes das tiradas no dia a dia, tanto para os likes em redes sociais quanto para lembranças eternas.
PHOTO – Que papel espera que suas fotos tenham para os seus clientes e pra si?
O papel de mostrar a eles o quão importante é olhar para si em fotografia e descobrir que a beleza está ali, você só precisa enxergar com o olhar e intensidades certas.
O Boudoir tem o poder de aumentar a auto estima e confiança, encarar seu corpo de outra forma seja com lingeries ou roupas que normalmente se sentiria insegura de usar.
E muitas vezes quem faz este tipo de ensaio faz na intenção de presentear, seja outra pessoa ou a si mesmo.

PHOTO – O que é preciso fazer para o público em geral perceber (quem ainda não notou) a imensa dimensão de nossa arte da fotografia, em todas as direções?
Hoje a fotografia está em tudo e as pessoas não tem essa dimensão, não percebem que para se ter um vídeo, um outdoor, as redes sociais e tudo que está em volta é fotografia. Uma arte linda e necessária.
Hoje giramos o mundo com os olhos através de uma tela, seja ela qual for e tudo que fazemos é em torno de imagens, sejam elas para vender, para mostrar o produto, para chamar atenção e para estar em evidencia.
PHOTO – De que forma o avanço das tecnologias impacta a qualidade da fotografia?
A cada avanço vamos tendo mais facilidade e ferramentas de edição mais descomplicadas , câmeras mais rápidas e com melhores processadores e lentes com nitidez. Trazendo “potencia” ao nosso trabalho. Até mesmo ferramentas como photoshop mais atual já tem inteligência artificial, facilitando muito essa parte “comercial” da fotografia. Mas confesso que acho muito mais artístico e bonito as fotografias menos trabalhadas. Eu mesma faço meus ensaios para ter o mínimo de edição, apenas cor e luz.
PHOTO – Quais seus fotógrafos preferidos nacionais e internacionais e por qual motivo eles lhe e inspiram?
Como inspiração no estilo de edição gosto muito do João Menna, por mais que as edições dele sejam bem diferentes do que eu uso hoje, acho incrível a vibe vintage que ele traz nos trabalhos dele.
Mas no nicho de boudoir gosto muito da Gabrielle Lindner por ela seguir uma linha mais espontânea, menos posada, sorrisos e gargalhadas reais. Danielle Rossi, pela delicadeza e sutileza na estética dos ensaios dela.
PHOTO – Temos um poder criativo incomparável. Se nos derem as mínimas condições vamos transformar nosso país em uma potência. Estamos a caminho? É um movimento irreversível?
Ah o olhar fotográfico é algo que me fascina e pode falar somente pela imagem que a gente como fotografo registramos, acredito sim que estamos no caminho para isso, pois está no sangue do brasileiro a criatividade e se bem usada com certeza nos tornaria uma potencia.
PHOTO – Quais os próximos projetos em vista e ou já em andamento?
Meus projetos são dois, tanto trabalhar com shows e apresentações, quanto fazer um estúdio para fotografias de ensaios como o boudoir e bussines. Ainda estou um pouco distante do estúdio, mas passo a passo vou alcançando meus objetivos.
PHOTO – Nos últimos anos, com as câmeras digitais, a fotografia se popularizou. Hoje, todo mundo se acha um pouco fotógrafo. É possível comprar fotos em grandes bancos de imagens a por centavos. Por outro lado, o preço dos equipamentos de qualidade ainda é muito alto. Qual a sua visão sobre o futuro da fotografia? Haverá espaço para que tipo de profissional?
*Eu acredito que mesmo as pessoas se achando um pouco fotógrafos e tendo câmeras acessíveis o olhar fotográfico, técnicas e estudos fazem toda a diferença em um ensaio, evento, esportes, paisagens e etc, cada nicho tem seu estudo especifico e sem bagagem qualquer fotografo de celular vai fazer apenas fotos aleatórias e claro que com alguns “acidentes fotográficos”.
Para o fotografo que faz fotos comerciais, sempre terá espaço, basta se adequar de acordo com essas evoluções.
PHOTO – Sempre haverá espaço para os profissionais — de moda, publicidade, jornalismo, gastronomia, arquitetura e casamento.
Sim, como disse anteriormente, eu acredito que hoje com a popularização de câmeras e da fotografia a necessidade de ter imagens para redes sociais, tanto pessoal como comercial é imensa, fazendo necessário um profissional que traga diferencial em um mundo que hoje vive de fotografar e registrar e para se ter esse diferencial é preciso estudo e bagagem, além de muitas vezes equipamentos específicos o que vai sempre deixar as portas abertas.

PHOTO – A fotografia autoral lhe interessa, pois de fato é a que mais tem evoluído?
Sim, a fotografia autoral é o que nos torna diferentes e lembrados, cada um com seu estilo de edição e “assinatura fotográfica” e acredito que a tendência será sempre nos aperfeiçoar na criatividade e diferencial, mesmo que tenhamos que trazer o diferente, o estranho ou até mesmo o antigo rs…
PHOTO – As redes sociais são de extrema valia. Poder publicar o que é feito ajuda a avaliar o trabalho, corrigir os erros, aprofundar a pesquisa. Qual a sua opinião?
Hoje as redes sociais se tornou basicamente nosso escritório, tanto para contato com o cliente, para portfólio, catalogo, divulgação e feedbacks. Sou super a favor quando se é bem usado, pq a rede social pode te alancar mas também pode te derrubar.
PHOTO – Como é hoje seu processo de criação? Como define os temas que vai fotografar?
Eu converso com meu cliente, entendo o que ele busca e precisa e a partir dai começo a planejar o ensaio, pensando em poses e técnicas que vou usar, deixando planejado os stories e vídeos que irei fazer naquele ensaio para poder fazer também as divulgações. Geralmente depois da conversa com a modelo/cliente já tenho uma linha de poses que vou tentar seguir, porem no andamento e evolução do ensaio as coisas tendem a mudar de acordo com como ela fica a vontade ou não. Já quando faço shows gosto de sentir a presença de palco e faço as fotografias sentindo a emoção ali colocada, não vou com nada planejado, apenas tento não perder nenhum momento.
PHOTO – Que equipamentos tem usado atualmente?
Meu equipamento ainda é bem básico, pois ainda sou iniciante.
Camera: Canon T3
Lentes: 18-55mm/ 50mm/75-300mm
Flash : TR 988

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