Fui fazer Hipnose e não voltei – Por Luciana Lepri

Tenho medo de fazer hipnose e não voltar!

Quando a pergunta vem eu logo respondo: só se você for para Nárnia eu não vou saber te trazer de volta. (risos)

Brincadeiras à parte, essa é uma questão séria para muitas pessoas que desconhecem totalmente os princípios e o processo da hipnose. Não é incomum a um profissional da hipnose ouvir esse tipo de pergunta.

O medo vem do desconhecimento da técnica e de filmes e propagandas que fantasiam com a hipnose para torna-la algo dramático.

Eu passei por várias terapias desde o início da minha caminhada rumo ao autodescobrimento desde a descoberta de um câncer em 2014. Posso afirmar que de todas as técnicas e terapias que experimentei a hipnose foi a mais simples.

Surpreendentemente simples, a ponto de parecer, durante a sessão, que nada está acontecendo. O impacto do efeito vem logo após.

Eu explico.

O princípio é simples, como a nossa mente não reconhece o que é uma lembrança real e o que é imaginação, a hipnose tira vantagem desse fato para levar o cliente a relembrar fatos que marcaram negativamente sua vida e que possam estar desencadeando comportamentos ou reações indesejadas. Identificado o ponto, o acontecimento, passamos a ressignificá-lo e é aí que a mágica acontece. Se a mente não sabe a distinção entre o que foi um fato real e o que é fruto da imaginação, o rearranjo da cena traumática irá ser compreendido pela mente como um acontecimento real, o que faz toda a diferença, pois encerra-se aquele capítulo com uma solução ou até mesmo com a simples saída de cena.
Nossa mente é esperta e aprende rápido e, a partir do momento em que um determinado acontecimento deixa de ter significado, ela (a mente) pode ocupar-se de outros acontecimentos e não mais aquele que foi tratado.

Vale a pena experimentar.


Luciana Lepri
Promotora de Justiça aposentada
Ex-Chefe de Gabinete da Secretaria de Justiça do Paraná
Ex-Consultora da Vice Presidência Jurídica do Banco Mundial em Washington DC
Mestre em Engenharia de Produção (UFSC)
Mestre em Estudos Jurídicos Internacionais (American University Washington College of Law)
Autora do Livro Direito Ambiental – Legitimação e Atuação do Ministério Público
Dois Prêmios Internacionais (França e México) e um Prêmio Nacional (Ministério da Justiça)
Idealizadora do Modelo de Planejamento Institucional das Promotorias de Justiça Por Bacia Hidrográfica
Idealizadora do Programa SAIBA (Atenção e Cuidado do Usuário de Drogas em Conflito com a Lei)
Palestrantes em mais de 10 países

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