Longe das telas, a atriz divide sua rotina com seguidores nas redes sociais
A atriz Juliana Schalch é uma daquelas mulheres que raramente você consegue afirmar a real idade dela. Com um ar angelical, destes de eterna estudante, ela passa um appeal de mulher que a qualquer momento pode transformar uma tarde de tédio em algo inimaginável.
Juliana recentemente fez uma participação especial na novela das 21h: Um Lugar ao Sol, da Rede Globo, onde contracenou com a protagonista do folhetim Aline Morais. Ela também estreou no fim do ano passado como protagonista da série Anjo Loiro Cabelo de Sangue, no Canal Brasil. Um dos personagens mais marcantes da carreira de atriz foi a personagem Luna, da série O Negócio, da HBO, no qual deu vida por seis anos a prostituta de luxo que escondia a profissão dos pais.
Atualmente o papel principal da bela atriz tem sido em tempo integral o de mãe do Martim. Nas redes sociais é possível acompanhar o dia-a-dia dela com o rebento, filho do seu relacionamento com o também ator Henrique Guimarães. Nessa entrevista a atriz fala sobre carreira, política, maternidade e espiritualidade.
1. Juliana, você é uma It Girl na essência. Qual a sua relação com as redes sociais e a moda sendo uma influenciadora?
Quando lançou o Instagram eu me apaixonei achei uma plataforma muito bonita. Sempre gostei muito de produzir minhas fotos e a moda veio junto com isso pelas entradas que tenho com figurinos. Cheguei a frequentar vários desfiles, nunca desfilei, mas já assisti e acho um universo interessante. Gosto de uma moda mais alternativa e aos poucos eu fui começando a compreender como me posicionar nas redes sociais. Como eu iria colocar a minha assinatura e ver qual lado eu poderia explorar. Como sou atriz, gosto de ser muitas, tive muita dificuldade em saber qual era meu estilo ali dentro. Qual seria a minha pegada, tanto na moda quanto no Instagram. Eu cheguei a fazer uma consultoria com uma amiga para entender melhor o meu estilo e foi muito interessante, a partir dali, consegui desenvolver mais a minha pegada nas redes, uma vez que a gente começa esse processo de autoafirmação, a gente vai se empoderando também. Assim descobri minha assinatura e isso me fortaleceu muito. Acho que tudo começa com autoconhecimento.
2. Desde muito jovem você já é uma estrela com atuações na televisão, cinema e teatro. Tem algum personagem ou história que ainda sonha em contar?
Uma história que gostaria de contar é a de Simone de Beauvoir. Eu acho que estamos precisando falar sobre o feminismo e todas as suas contradições, em todas as suas esferas e cada vez mais. Está aí uma história que gostaria de contar. Simone de Beauvoir!
3. Você participou do filme; A Lei é para todos. Qual sua relação com a política e como foi atuar em um filme que conta um dos períodos mais emblemáticos do Brasil?
Eu acho que política faz parte da vida de todos. A gente não tem como não se afetar com os movimentos políticos. Acho que inclusive não existe aquela máxima de que política e futebol não se discutem. Precisamos cada vez mais buscar diálogos sobre pontos de vista que podem ser distintos. Mas o brasileiro precisa aprender cada vez mais a estabelecer diálogos nesse campo da política. Eu aceitei fazer a personagem no filme A Lei é para Todos, uma jornalista interessada em questionar o que estava acontecendo, pois, hoje em dia a gente precisa se questionar sobre o que está acontecendo, ter essa fagulha de interesse por saber mais, por se informar melhor, buscar fontes confiáveis e se posicionar de alguma forma. Nós, brasileiros, sofremos uma cisão muito forte até entre famílias por discordância políticas. Eu acho que a busca pelo diálogo e informação deve ser a premissa para esse ano que está se iniciando e principalmente por ser ano de eleição. Vamos viver agora um pouco do desenrolar do que começou na época retratada pelo filme.
4. Qual personagem que você mais se identificou na sua carreira?
Acho que a gente carrega um pouco de cada personagem. Não à toa quando o ator é indicado para um personagem, de alguma maneira acontece um encontro. Tem algo que aquele ator tem que aprender com aquele papel. Na minha carreira a personagem mais marcante foi a Luna de O Negócio. Foi muito tempo de dedicação. A gente gravou quatro temporadas, entre as gravação dos capítulos, a gente assistia as temporadas anteriores. Então o tempo que tive de relação com ela foi grande fiquei envolvida com esse projeto de 2012 a 2018. Eu levei bastante coisa da Luna, amadureci com ela, foi bastante interessante a relação que estabeleci, mas tem muita coisa que eu não me identifico. Então eu vejo os personagens como se fossem cápsulas da gente.
5. Você se define como natureba. Que tipo de natureba você é? Do tipo que abraça árvores?
Eu sou totalmente natureba. Daquelas que abraçam árvores mesmo (gargalhada) Mas, o principal é que eu gosto de estar conectada a natureza. O ser humano precisa restabelecer ou procurar cada vez mais esse contato com a natureza. Eu me defino natureba porque me entendo como um ser da natureza.
6. Como uma linda bruxa você tem o estilo: “A Feiticeira – Nicole Kidman” ou “Malévola – Angelina Jolie”?
Como uma boa bruxa, percebo que tenho tanto o lado da feiticeira da Nicole Kidman, quanto a Malévola da Angelina. A Malévola traz muito a necessidade de afirmação, de autoconhecimento. E por outro lado tem a sacada doce, os truques, a suavidade da feiticeira. Se pensar nos espectros do feminino eu circulo por essas características. Eu tenho um lado muito doce e tento trazer esses lugares para as minhas relações. Mas sinto a necessidade de me conectar com os lugares mais profundos do meu eu, porque eles pedem para ser acarinhados também. O contato com a sombra é muito importante para que a gente perceba, reconheça e cuide bem dela como uma criança precisando de colo. Procuro sempre fazer as pazes com esses dois lados. Nós mulheres precisamos ultrapassar esse conceito de mulher do lar, a recatada, a boa, a bela. E saber que temos as nossas partes mais obscuras que precisam de atenção. Precisamos nos integrar e aceitar todos os nossos lados.
7. Como está sendo a fase mamãe? E o Martim é quietinho ou agitado?
Eu estou amando essa fase mãe estou me sentindo mais empoderada. Acho que essa coisa de dar a luz a uma nova vida traz muito de reconhecer o quanto a gente aprende com os nossos extintos, os nossos sextos sentidos, nossa percepção, nossa intuição. Estou me sentindo muito forte agora como mãe. O Martim é um fofo, ele é quietinho. Claro que tem momentos que ele fica bravo, momentos que ele chora e a gente não consegue acalmar. É cansativa essa fase. Ele acorda muito durante a noite. Então estou naquela máxima: É cansativo, mas é bom. Eu to achando uma grande descoberta. Um lugar muito profundo. Sinto que estava preparada para esse momento e estou muito feliz. A maternidade é um portal intenso de ser atravessado. É preciso ter muita calma com a gente, com o nosso companheiro, perceber que estamos em um processo de nos transformar mãe, que o nosso companheiro também está num processo de se transformar pai. O Henrique está super junto. Dividimos as tarefas. Realmente a única coisa que ele não faz é amamentar. Eu posso super contar com ele e a gente está se escutando muito. Tem sido um processo bem bonito de aprendizagem, de carinho, de amor.
8. Como foi ficar grávida e ter a irmã como parceira de gestação?
Eu curti bastante a gravidez. Esse processo na mulher começa logo no início da gestação com a transformação. Claro que é um processo sem fim, mas na gravidez, a gente vive esse turbilhão de hormônios e a mudança física. Eu curti muito poder trocar esses sentimentos com a minha irmã. E o Martim é um mês e meio mais velho do que o Theo, então a gente trocou muito as percepções, falamos sobre os profissionais que cuidaram da nossa gravidez. Foi um processo muito legal e ainda está sendo agora os dois priminhos curtindo juntos. Está sendo muito legal.
9. O que podemos esperar da sua carreira em 2022?
No momento eu me dei uma licença maternidade. Acho importante a gente poder vivenciar o maternal por completo com exclusividade e daqui a pouco vem novidades profissionais por aí.
