Olá, amigo(a) Leitor(a)! Hoje iniciamos uma coluna semanal sobre implantes dentários. Junto com o Tristan, editor da Verve, escolhemos alguns temas para o primeiro mês do blog, mas pensei que seria interessante me apresentar primeiro, afinal por que motivo eu estou aqui escrevendo e qual a razão de alguém levar à sério o que eu escrevo?
Meu nome é Ricardo e desde cedo me interessei pela odontologia, culpa do meu dentista que fazia o trabalho parecer prazeroso e interessante. Me graduei em 2002 e em 2004 comecei a pós em ortodontia. Em 2007 mudei-me para Portugal, minha família é de lá, fiz equivalência em medicina dentária pela Universidade de Lisboa e por lá tive contato com a implantodontia trabalhando com um sujeito que se tornou um grande amigo e me ensinou muito. Fiquei até 2014, quando retornei ao Brasil e “tropecei” na harmonização orofacial (HOF), algo que na época não se falava em Portugal. Comecei a fazer cursos de HOF e isso despertou em mim a paixão pelo estudo e senti a necessidade de estudar conteúdos mais “densos”, fui fazer mestrado e escolhi a Implantodontia por ser algo que despertou meu interesse nos anos em Portugal.
Vale à pena aqui abrir um parêntese, nos meus primeiros anos de formado a implantodontia estava se popularizando no Brasil e havia muitos implantes feitos sem critérios técnicos corretos, apareciam muitos pacientes para que eu “desse um jeito” no implante. Eu olhava aquilo e pensava que implantes não funcionavam. Passei anos acreditando nisso.
Voltando… A implantodontia e o mestrado mudaram minha vida. Descobri uma área ainda mais apaixonante na odontologia e descobri outra aptidão, ser professor. Hoje estou no doutorado, minha vida se divide entre minhas paixões: minha família, meus estudos e pesquisas, meus alunos e meu atendimento clínico. Não sobra muito tempo livre, mas quando é algo desafiador e prazeroso como essa coluna eu sempre arrumo um tempinho.
Essa coluna é voltada para leigos e com uma linguagem descontraída como uma conversa entre amigos. Dúvidas e sugestões são sempre muito bem-vindas. Vamos começar pelo básico. Lembrando que eu não sou o dono da verdade e que algumas vezes há mais de um caminho para Roma.
O que é implante dentário?
Quando o paciente entra no consultório e pergunta por um implante na verdade ele está falando da prótese, do(s) dente(s) sobre implante(s). O implante dentário é uma estrutura, geralmente feita em titânio, colocada cirurgicamente nos ossos maxilares. Essa estrutura, normalmente muito semelhante a um parafuso, é biocompatível com o nosso organismo e com o passar do tempo vais sofrer um processo chamado de ósseo-integração, que a grosso modo é quando o implante fica preso no osso. É sobre essa estrutura que será feita a reabilitação protética, ou em outras palavras, é sobre esse “parafuso” que vai ser fixado o “dente”.
Os implantes dentários ósseo-integrados como conhecemos hoje começaram a ser estudados na década de 1950 na Suécia por Per-Ingvar Bränemark, de lá para cá muita coisa foi estudada, descoberta e aperfeiçoada. Formato do implante, composição da liga de titânio, tipo de conexão protética, tratamentos da superfície do implante… tudo isso possui uma vasta literatura e embasamento científico fazendo da implantodontia uma ciência odontológica segura e melhorando a vida de milhares de pessoas a cada ano.
Referência: Flávio Domingues das Neves, Gustavo Augusto Seabra Barbosa e Sérgio Rocha Bernardes. Fundamentos da Prótese Sobre Implantes. Edição: 1|2016 Editora: GEN Guanabara Koogan.